Uma Investigação, publicada na revista científica Current Biology, realizada por uma equipa da Universidade da Pensilvânia (EUA), revelou, no relatório final, o resultado de décadas de trabalho de descodificação de sinais cerebrais: A implantação de elétrodos no cérebro, semelhantes a um pacemaker, pode ajudar a reduzir sintomas de demência mental e ajudar na recuperação da memória.
Este novo método de estimulação cognitiva consiste na implantação de elétrodos que monitorizam o estado funcional das áreas de memória e produzem pulsações apenas nos microssegundos que são úteis. A inserção destes implantes sensíveis e cronometrados pode reforçar o pensamento e a memória, nomeadamente em pacientes com doença de Alzheimer e outro tipo de doenças ou lesões cerebrais.
Justin Sanchez, diretor do departamento de biotecnologia da Defense Advanced Research Projects Agency – que contribuiu com cerca de 72 milhões de euros para a pesquisa – aponta que este pode ser um grande passo para encontrar sistemas de estimulação cognitica. “Para mim, este relatório é um dos momentos decisivos para encontrar locais no cérebro para estimular esta forma particular de aumentar o desempenho”, cita o The New York Times.
As experiências com a implantação de elétrodos no cérebro já tinham sido realizadas anteriormente e produziram resultados diferentes: algumas mostraram realçar a memória, mas outras confundiam-na. Este novo estudo permitiu perceber que o momento de estimulação é crucial.
O estudo foi realizado com doentes com epilepsia e ainda está por apurar que se este método funciona com pessoas com outro tipo de condições e, caso seja possível, de que maneira é aplicável.
A investigação utilizou dados de 150 pacientes e contou com a colaboração de 20 investigadores de instituições de todo o país, como a Universidade Emory, a Universidade de Washington, a Universidade da Califórnia e a Clínica Mayo.