Novas análises a um mineral que não existe na Terra mas é comum nos meteoritos de Marte permitiram descobrir que na sua composição original pode ter havido hidrogénio, indicando que o planeta vermelho pode ter tido uma quantidade de água bem superior à que se acreditava ser possível.
Num estudo publicado esta segunda-feira na revista Nature Communications, uma equipa internacional liderada por cientistas da Universidade de Nevada, Las Vegas, EUA, revela ter encontrado provas de que o mineral merrilite, tido como uma prova do passado seco de Marte, pode ter sido originalmente whitlockita, um mineral em tudo igual ao merrilite mas rico em hidrogénio, o que indicaria uma existência prévia rica em água.
A equipa de Oliver Tschauner criou uma versão sintética de whitlockita e fez a experiência de submeter o mineral a lâminas de ferro disparadas por um canhão eletromagnético à velocidade de 2,7 mil km/hora, simulando as condições em que um meteorito é disparado de Marte. Pelo menos um terço do whitlockita transformou-se em merrilite, o que dá força à teoria de que as reservas marcianas de whitlockita podem ter desaparecido na sequência de uma colisão com um asteroide.
“Mesmo que só uma parte do merrilite tiver sido Whitlockita, isso muda drasticamente o balanço da água em Marte”, explica Tschauner.