Nos próximos 20 anos, a taxa de cancro terá um aumento seis vezes mais rápido nas mulheres do que nos homens. Esta conclusão foi avançada pela Cancer Research UK, uma equipa britânica de investigação sobre o cancro, que mostra que os estilos de vida não saudáveis estão a contribuir para este aumento, mais significativo no sexo feminino.
Entre os maus hábitos, a obesidade e o consumo de tabaco formam parte da culpa deste crescimento acelerado da taxa de cancro nas mulheres, visto que muitos cancros relacionados com a obesidade só as afetam a elas (como o cancro do útero ou do ovário). No caso do tabaco, as mulheres começaram a fumar, na sua grande maioria, mais tarde do que os homens, sendo também uma razão para este resultado – o consumo de tabaco continua a ter um grande impacto nos cancros diagnosticados a cada ano.
O cancro dos ovários, o cancro cervical e o cancro oral são aqueles que preveem um maior aumento nos próximos 20 anos. Até 2035, de acordo com o grupo de investigação, as taxas do Reino Unido verão um aumento de 0.5 por cento no sexo masculino e de três por cento no sexo feminino. Estima-se que, nesse ano, 4,5 milhões de mulheres e 4.8 milhões de homens serão diagnosticados com cancro.
No panorama mundial, as estatísticas do Cancer Research UK de 2012 mostram que, a cada ano, 14.1 milhões de casos de cancro são diagnosticados, sendo que 7.4 milhões deles são de homens e 6.7 milhões de mulheres. Segundo as previsões, a cada ano, morrem mais de 8 milhões de pessoas em todo o mundo. O cancro mata mais do que a SIDA, a malária e a tuberculose em conjunto.
Harpal Kumar, diretor executivo do Cancer Research UK, acredita que a investigação pode ser a chave para diminuir estes números. “Com um maior investimento na investigação, esperamos chegar a vários aperfeiçoamentos nos próximos 20 anos, nomeadamente no diagnóstico mais precoce da doença e na melhoria e desenvolvimento de tratamentos para que, em 2034, três em cada quatro pessoas sobrevivam à doença”.