
Para os matemáticos, esta é uma notícia enorme. Para o comum-mortal também é importante porque os números-primos com milhões de dígitos são vitais para a tecnologia de cifrar dados e por porem à prova a capacidade dos computadores.
No caso, trata-se de um número com 9 383 761 dígitos. Quer dizer: 10.223*2^311 721 165+1. Dito de outra maneira: 10.223 por 2 elevado à potência 311 721 165 + 1. Além de ser um dos 10 maiores números-primos conhecidos até agora – o maior foi encontrado em janeiro e tem 22 milhões de dígítos – suspeitava-se que poderia ser um dos seis possíveis candidatos à resposta do famoso problema de Sierpinski.
Trata-se de um problema que foi apresentado ao mundo em 1960 pelo matemático polaco Waclaw Franciszek Sierpinski, a quem ocorreu perguntar qual era o menor número natural possível, que fosse impar e que, ao ser multiplicado por 2 elevado a +1, não resultasse num número-primo.
Pausa para recordar que os números primos são aqueles maiores de 1 que só se podem dividir por eles mesmos e por um.
Até agora sabe-se que 78 557 é um número de Sierpinski porque, em 1962, o matemático norte-americano John Selfridge provou que, ao multiplicá-lo por 2 elevado a +1, nunca dava um número-primo. É o único algarismo cuja conta permitiu chegar a uma conclusão: os outros seis candidatos a pertencer a este grupo seleto (10 223, 21 181, 22 699, 24 737, 55 459 e 67 607) continuam a aguardar a comprovação da sua aspiração.
A dificuldade deve-se ao facto de ser necessário um exército de gente armada com potentes computadores para resolver o problema. Foi aliás graças à ajuda de milhares de voluntários que o grupo PrimeGrid, um projeto lançado em 2010 para chegar a uma solução, acaba de chegar ao menor valor possível até agora: 10 223 – e que multiplicado por 2 elevado a +1, deu um número-primo. E não se trata de um valor qualquer: É o valor gigantesco anunciado em cima.
O feito é do voluntário húngaro Szabolcs Peter, dono do computador que realizou esta prova, torna-se o descobridor do sétimo maior número-primo encontrado até agora. Assim, sobram cinco candidatos à resolução do problema de Spierkinski.