Seis elementos das associações representativas do setor do táxi entraram, cerca das 12:30, no gabinete do ministro do Ambiente para se reunirem com o titular da pasta e o seu secretário de Estado, constatou a Lusa no local.
A “reunião de urgência”, para a qual o presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), Florêncio Almeida, foi convocado por telefone, decorre no Ministério do Ambiente, prevendo-se que o ministro João Pedro Matos Fernandes preste declarações no seu final.
A reunião foi marcada no seguimento dos incidentes entre taxistas e PSP ocorridos junto à Rotunda do Relógio, em Lisboa, com Florêncio Almeida a frisar à Lusa que os motoristas vão permanecer no local.
Perto das 11:00, junto à Rotunda do Relógio (por baixo do viaduto da Segunda Circular), os ânimos exaltaram-se e os taxistas acabaram por atirar à polícia garrafas de água e sumos. Os agentes responderam atirando petardos e ‘very lights’ e afastando os manifestantes.
Segundo a PSP, os taxistas que participavam no protesto junto à Rotunda do Relógio saíram dos táxis e ocuparam totalmente a rotunda, tendo os elementos policiais tentado impedir essa ação, o que originou uma atitude mais agressiva por parte dos manifestantes.
Alguns agentes lançaram gás pimenta contra os manifestantes, adiantou, sublinhando que o local foi reforçado com elementos policiais que já estavam destacados para o controlo do protesto.
Os profissionais do setor estão em luta contra a regulação, proposta pelo Governo, da atividade das plataformas de transportes de passageiros como a Uber ou a Cabify e tinham como destino a Assembleia da República.
As plataformas Uber e Cabify permitem pedir carros descaracterizados de transporte de passageiros através de uma aplicação para ‘smartphones’, mas estes operadores não têm de cumprir os mesmos requisitos — financeiros, de formação e de segurança — do que os táxis.
Marcha ficou-se pela Rotunda do Relógio
O presidente da ANTRAL, Florêncio Almeida, disse hoje que os taxistas vão manter-se junto à Rotunda do Relógio, em Lisboa, por tempo indeterminado, até que alguém do Governo encontre uma solução para os problemas do setor.
“O Ministério do Ambiente faz parte do problema, não faz parte da solução”, disse Florêncio Almeida, frisando que terá de ser alguém do Governo com capacidade para resolver o problema, que não o ministro do Ambiente, a dialogar com os taxistas.
Dimensão da manifestação longe do previsto, diz ministra
A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, disse hoje à Lusa que a manifestação dos taxistas em Lisboa “está longe de alcançar” a dimensão prevista (6.000 profissionais) e sublinhou que a “segurança dos lisboetas está garantida”.
“Espero que a manifestação se desenrole de uma forma serena, como num Estado de direito democrático”, comentou Constança Urbano de Sousa, em declarações à agência Lusa à margem do Seminário Internacional “Estratégias de comunicação no contexto do terrorismo”, uma iniciativa da Information Management School da Universidade NOVA (NOVA IMS), do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP) e do Instituto da Defesa Nacional (IDN), no auditório da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa.
Constança Urbano de Sousa sublinhou que “os taxistas têm o direito de se manifestar, mas de forma ordeira”, recordando que houve negociações entre a PSP e os organizadores do protesto de forma a definir o percurso e a segurança.