Antigos trabalhadores portugueses da embaixada não guardam boa impressão dos dois irmãos. “Eram problemáticos e presunçosos”, disse em entrevista à VISÃO, um ex-funcionário da Embaixada do Iraque, que confirmou a sua identidade (apresentando contrato de trabalho) mas pediu anonimato.
Haider e Ridha Ali eram conhecidos pelas noitadas, saíam quase todas as noites, sempre juntos, não diziam uma palavra em português, apenas inglês e árabe e conta-se que andavam a 200 km à hora na 24 de Julho – e a polícia não fazia nada. Chegavam às cinco da manhã e o jardineiro andava a varrer cacos e garrafas que eles atiravam durante a noite. As câmaras de vigilância apanhavam muitas vezes os jovens a cometerem pequenos delitos. Mas não eram indelicados ou agressivos.
O pai, embaixador, que já tinha tido problemas com os dois filhos, envolvidos em incidentes na Bulgária (teriam na altura 14 ou 15 anos), ofereceu-lhes um Mercedes para não andarem com os carros oficiais, explicou este ex-funcionário à VISÃO, afirmando que acredita que o pai irá usar todos os recursos ao seu alcance para mover influências a favor dos filhos. (Veja aqui a sua versão dos acontecimentos)
Trabalhou na Embaixada do Iraque durante quanto tempo?
Durante três anos. Devido à falta de condições laborais e contratuais, pedi demissão. A embaixada já tem três processos por despedimentos ilícitos.
Conheceu os gémeos? Com que impressão ficou deles?
Conheci-os. Chegaram a Portugal no ano passado, eram problemáticos e presunçosos, mas não tinha a noção de que eram violentos. A impressão que tinha é que eram adolescentes normais, apesar de moralmente achar que cometiam infrações por conduzirem carros em Portugal sendo menores de idade.
Costumavam causar problemas?
Costumavam conduzir sem carta e tiveram acidentes. Certa vez eles saíram à noite num carro da Embaixada e no dia seguinte apareceu com o tubo de escape no chão.
Este caso de Ponte de Sor surpreendeu-o?
Deixou-me chocado, nunca pensei que tal fosse acontecer. Apesar de achar que deviam ser julgados e punidos pela lei portuguesa, acredito que o pai faça os possíveis para mover influências neste caso.