Os adolescentes que usam o Facebook e outras redes sociais têm piores notas nas matemáticas, ciências e compreensão da leitura do que os que não o fazem. Por outro lado, os adolescentes que dedicam o mesmo tempo a jogos de computador ou de consola (não violentos) têm melhores notas do que os que não jogam. A conclusão foi retirada de um estudo feito junto de uma amostra de 12 mil alunos australianos de 15 anos, de 772 colégios diferentes, e foi publicada no jornal online de acesso livre International Journal of Communication.
“Nunca pensei que os videojogos ajudassem a melhorar as notas”, contou ao El Mundo Alberto Posso, o autor do estudo e professor do Instituto de Tecnologia de Melbourne, na Austrália. “Claro que depois de ler muita literatura sobre o tema os resultados começaram a fazer mais sentido. Está já bastante documentado que o uso destes jogos pode reforçar qualidades já existentes aprendidas na aula e ajudar os utilizadores a usar os números e a lógica como se estivessem a estudar mas sem darem conta.”
A investigação concluiu que os estudantes que usavam as redes sociais todos os dias conseguiam até menos 20 pontos nas matemáticas dos que não usavam. E quanto mais tempo passavam no Facebook, Instagram ou outra rede social pior era o resultado do exame. Mesmo os que frequentavam as redes sociais apenas uma ou duas vezes por mês conseguiam menos oito pontos do que os outros.
O investigador admite que muitos outros fatores influenciam o rendimento escolar, mas defende ser possível estabelecer “uma relação causal entre as atividades online e os resultados académicos” e sugere que os professores deveriam usar mais vezes videojogos nas aulas para melhorarem o rendimento dos alunos.
“Quando jogas e competes com outras pessoas obrigas-te a superar-te, a resolver os enigmas mais rápido para passar ao nível seguinte e isto implica que se ponham em prática habilidades e conhecimentos ouvidos na aula”, fundamenta Posso.