Antepassados, ascendentes, conjunto formado pelos pais e mães dos nossos pais, segundo o Priberam. A Wikipedia acrescenta: Em culturas tradicionais, os avós têm um importante papel na educação das crianças. Nas sociedades modernas, este papel até poderá ser menos frequente mas mantém-se a importância no núcleo familiar.
Um recente estudo sobre os avós “A prestação de cuidados pelos Avós na Europa”, publicado pela Fundação Calouste Gulbenkian, confirmava que os países do sul da Europa, incluindo Portugal, são os que apresentam uma maior percentagem de avós a tomar conta dos netos. Entre os 11 países estudados, Portugal é mesmo o que apresenta a maior percentagem de mães, com filhos com idades inferiores a seis anos, que trabalham a tempo inteiro. Supermães, nós? Bom, a verdade é que há essa instituição chamada avós que ajudam muito. É certo que já não substituem infantários mas são fundamentais na família. Hoje é o seu dia.
Desde sempre, o tema interessou aos mais diversos artistas – mais recentemente, o ator André Raposo apaixonou-se por este texto do nosso Nobel da literatura. Foi no ano de 1968 que José Saramago publicou no jornal A Capital, de Lisboa, a crónica Carta a Josefa, minha avó.
De que falamos quando falamos dos avós de hoje? Podem ser mais permissivos do que os pais – desde que não haja choques – mas são também mais ativos. Já não estão, sobretudo as avós, sempre em casa – e mas mostram-se igualmente disponíveis para ir buscar os netos à escola ou levá-los às atividades. Mas os avós também ganharam uma substancial experiência de vida – da qual só temos a ganhar, como assinala por exemplo Pedro Strecht, médico pedopsiquiatra, autor de uma série de livos sobre a infância e que acaba de lançar Queridos Avós, O Papel dos Avós na Vida dos Netos, edição Verso de Kapa.
“Ajudam os pais; Reforçam o papel da família quando esta se rompe ou reconstrói com mais facilidade; Oferecem-se como modelos e contam histórias de vida diferentes; Gostam de fazer jogos engraçados; fazem programas que os pais não querem ou não podem fazer com os filhos; Preenchem o tempo livre e evitam a solidão ou o desamparo emocional; Têm paciência para ajudar a estudar, capacidade para levar a passear, e disponibilidade sincera para… ouvir” – lê-se na introdução. Porque, justifica o médico, “os avós querem e gostam de estar ativos na vida dos netos. Porque ter alguma idade não representa velhice ou inutilidade; pelo contrário, é habitualmente sinónimo de experiência, disponibilidade, sabedoria. Porque os netos gostam de estar com os avós e, quando lhes perguntamos para os definirem numa só palavra, escolhem maioritariamente uma muito simples: queridos. Os meus avós são queridos”.