
O caso de Meagan Taylor, a mulher transexual que esteve presa durante oito dias após a gerência do hotel onde estava hospedada ter chamado a polícia por “suspeitas de prostituição”, está oficialmente resolvido, anunciou esta quarta-feira a União Americana Pelas Liberdades Civis [ACLU].
“A ACLU do Iowa tem o prazer de informar que resolvemos com sucesso o caso de Meagan Taylor para a satisfação das partes envolvidas”, pode ler-se no comunicado.
Em julho de 2015, Meagan Taylor, de 22 anos, e uma amiga, também transexual, deram entrada no hotel Drury Inn, no estado do Iowa. Pouco tempo depois foram surpreendidas pela polícia, que foi chamada ao hotel por uma “suspeita de prostituição” da gerência do estabelecimento. Taylor acabou por ser detida por trazer consigo medicamentos sem receita médica. Os medicamentos eram hormonas.
A queixa do hotel fez com que Taylor ficasse presa durante oito dias, até os seus apoiantes conseguirem angariar dinheiro suficiente para pagar a sua fiança. As acusações foram depois retiradas.
Em novembro, Taylor abriu um processo legal contra o hotel, alegando que foi vítima de discriminação por ser negra e transexual e que a queixa nada teve a ver com suspeitas de prostituição.
Apesar de não se saberem detalhes do acordo, devido a um contrato de confidencialidade, o caso foi o reflexo dos problemas que as pessoas transexuais ainda atravessam, dizem os grupos de apoio da comunidade LGBT.
“O caso da Meagan ganhou atenção nacional e tem sido uma lembrança importante para os que trabalham no sistema de justiça criminal e para os que têm negócios e outros estabelecimentos públicos no Iowa que as pessoas transexuais estão protegidas pelas nossas leis de discriminação”, disse Rita Bettis, diretora legal da ACLU do Iowa. “O que aconteceu com a Meagan foi simplesmente inaceitável e pouco Iowan”.
O Iowa é um dos 16 estados norte-americanos que possui leis que protegem os direitos LGBT.