Preparar uma candidatura a financiamento europeu pode obrigar a preencher um formulário com 70 páginas. Uma valente dor de cabeça, que consome boa parte do tempo de trabalho a investigadores, médicos ou empresários que pretendam angariar fundos europeus.
Foi por saber destas dificuldades que o médico e deputado do PSD, Ricardo Batista Leite decidiu criar, há um ano, com a participação do Instituto de Ciências Sociais e da Universidade Católica Portuguesa, o gabinete de apoio à captação de investimento para a investigação e inovação em saúde, Creating Health.
Para já, o alvo mais apetecível é o principal programa de financiamento europeu na área da Investigação e Desenvolvimento Horizonte 2020 – 77 mil milhões de euros, para o período entre 2014 e 2020.
Neste momento as áreas prioritárias, no campo da saúde, são projetos ligados às alterações demográficas e bem-estar, as doenças crónicas e raras ou os cuidados integrados. Mas nada está excluído. Por exemplo, o estudo do vírus zica saltou para a linha da frente.
“Constatámos que as instituições, que podem ser universidades, hospitais, empresas, precisam muito de apoio. O que fazemos é identificar oportunidades, apoiar o processo de candidatura, preencher os formulários”, explica a Joana Camilo, diretora executiva da organização sem fins lucrativos.
Num ano de atividade, o gabinete foi abordado por 110 instituições portuguesas, tendo submetido sete propostas.