Quando o tema é a pornografia, existem dois grupos de pessoas: as que a consomem e as que mentem acerca disso. Ou seja, na era do acesso e da gratuitidade de conteúdos online, a pergunta não será tanto a de se os filhos púberes e adolescentes veem, mas em que contexto o fazem e que significado lhe atribuem.
Olhando para os dados divulgados no ano passado pelo site PornHub, ficamos a saber que, ao contrário de outros países, os portugueses que acedem pelo computador estão ainda em maioria, face aos que usam móvel ou tablet (estes dois representam metade dos acessos). E que os utilizadores mais jovens (com idades até aos 24 anos, incluindo aqui os sub 18, que também entram, se não houver controlo parental ou institucional) recorrem menos vezes ao streaming de sexo explícito do que os mais velhos (dos 25 aos 34 anos), com uma diferença de 5%. O sexo em português é, de longe, o favorito nas pesquisas (as típicas “caseiradas”, sexo amador filmado em casa e colocado online). As categorias mais apetecíveis incluem o sexo com mulheres maduras, sendo de admitir a hipótese de tais conteúdos funcionarem como tutoriais, especialmente num país onde a educação sexual continua arredada dos bancos da escola, com pequenas exceções.