Em 1998, Lisboa abria orgulhosamente as portas da sua Exposição Mundial dedicada aos Oceanos, comemorando os 500 anos da chegada de Vasco da Gama à Índia. A milhares de quilómetros, e longe dos holofotes mediáticos, uma equipa de mergulhadores, liderada pelo britânico David Mearns, detetava no fundo do mar do Sultanato de Omã vestígios do que poderia ser o navio mais antigo da época dos Descobrimentos alguma vez encontrado: uma das duas embarcações capitaneadas pelos irmãos Brás e Vicente Sodré, tios de Vasco da Gama, que partiram de Lisboa em 1502, na chamada 2ª Armada da Índia.
Contudo, só este mês foi anunciada a descoberta do local do naufrágio da nau Esmeralda, um acontecimento que foi notícia em todo o mundo – e logo contestado por arqueólogos portugueses, que duvidam das conclusões apresentadas e criticam o facto de as escavações terem sido conduzidas por uma empresa de caça ao tesouro.
Qual a importância deste achado? E que papel deve ter Portugal na sua preservação? Formalmente, o nosso país poderia até reclamar todo o espólio encontrado, pois a soberania sobre os navios de Estado, como eram as naus da Armada da Índia, ultrapassa a convenção da UNESCO, sobrepondo-se ao direito sobre os achados em águas territoriais. Espanha já fez valer esse argumento a respeito de galeões seus explorados noutros países, tal como a Holanda, em relação a navios da Companhia das Índias Orientais.
Esta história tem contornos tão complexos como fascinantes. E os mistérios da Esmeralda estão ainda longe de serem decifrados.
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