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O problema é a falta de foco, dizem analistas financeiros. É-se uma empresa de media ou de tecnologia. O dois em um é que não funciona. Ou melhor, funcionou nos idos de 1994, quando Jerry Yang e David Filo, dois finalistas de Engenharia Eletrónica de Stanford, fundaram o motor de busca Yahoo. O negócio, muitíssimo lucrativo, era linear: arrebatar uma audiência gigantesca e, depois, cobrar aos anunciantes. Um modelo de media, como, digamos, o do New York Times. Mas, a partir de 2002, a bolha dot-com rebentou, Jerry e David passaram à história e a Yahoo veio por aí abaixo – até hoje, quando em Wall Street se atribui à empresa um buraco financeiro de €12 mil milhões.
Os analistas, em tom de obituário, verificam que a Yahoo descurou a adaptação a uma intensa cultura focada na tecnologia, como fizeram os concorrentes Google e Facebook. É certo que, em julho de 2012, Marissa Mayer, ex-executiva da Google, foi contratada para dar a volta à empresa. Mas, para os acionistas, o tempo da CEO Mayer acabou, com a Yahoo a perder dinheiro ano após ano. E já se entrou no campo do insólito. Na segunda-feira, 1, o Wall Street Journal noticiava que a empresa se prepara para despedir 15% dos seus empregados. No mesmo dia, soube-se que Marissa Mayer gastou mais de €900 mil na produção de um livro vermelho “motivacional” para os trabalhadores da Yahoo. Encurtando razões: os acionistas de referência exigem a Mayer que faça o spin off das participações na chinesa Alibaba (€23 mil milhões) e na Yahoo japonesa, subsidiária independente, ou que, em última instância, venda a empresa. RIP, Yahoo?