Metade do material encontrado em alguns sites de pedofilia é roubado de pais que publicaram fotografias online inocentemente com o intuito de partilhar com as suas famílias, alertou a Comissária para a eSeguraça das Crianças (Children’s eSafety Commissioner) da Austrália.
Alastair MacGibbon disse que uma equipa que investiga queixas de abuso infantil no cyberespaço descobriu milhões de fotografias de crianças a fazer atividades do dia a dia como nadar, desporto e trabalhos de casa em sites de pedofilia.
Acrescentou ainda ao Sydney Morning Herald que, embora as imagens não tenham qualquer tipo de caracter sexual, os comentários de estranhos anexados às mesmas sexualizam-nas. Os pais não parecem ter noção da facilidade de fazer download das suas fotografias pessoais. MacGibbon aponta para o facto de no espaço de 10 dias alguns conteúdos de redes sociais populares como o Facebook ou o Instagram serem vistos aproximadamente 1.7 milhões de vezes.
As fotografias costumam ser publicadas em categorias como “crianças na praia”, “bons rapazes brincam no rio” ou “ginástica”.
“Muitos utilizadores identificam claramente que obtiveram os conteúdos a vasculhar contas de redes sociais,” disse ao jornal. “As imagens são quase sempre acompanhadas de comentários muito explícitos e perturbadores. Muitas vezes, utilizadores trocam mails com convites para se conectarem fora do site para trocar conteúdos.”
Toby Dagg, investigador sénior na Children’s eSafety, dá o exemplo de um site de pedofilia que contem no mínimo 45 milhões de imagens de crianças e que metade desse material aparenta ter sido retirado diretamente de redes sociais.
A especialista em segurança cibernética, Susan McLean, disse ao Herald que pais que partilham demasiado são uma preocupação particular – “Quando publicam alguma coisa online, não interessa o que seja, perdem controlo do mesmo,” disse. “Muitos pais não bloqueiam as suas contas da mesma maneira que os jovens fazem.”
É essencial que os pais percebam que qualquer pessoa pode usar as suas fotografias pessoais e manipula-las para os fins que bem entender.
“Não interessa o quão inocente a fotografia é, se o seu filho tiver o que o predador procura, eles tiram a fotografia.”