Yamini Karanam, natural de Hyderabad, na Índia, mudou-se para Indiana, nos Estados Unidos, para um doutoramento em informática. Mas a estudante, até aí brilhante, começou a ter dificuldades em compreender até os textos mais simples. Tirou férias, mas voltou ainda mais cansada e chegou a dormir duas horas seguidas.
“Depois vieram as dores de cabeça”, relata a jovem, no seu blogue, onde conta que foi seguida por vários médicos, que acabaram por concluir tratar-se de um tumor na glândula pineal. Mas à medida que o tumor crescia, Yamini Karanam sentia-se cada vez mais doente. Já não conseguia ler e, em breve, andar também não. Com 26 anos, tinha dores no corpo todo e mal se alimentava.
Inconformados com a falta de soluções – os médicos não arriscavam a operação -, os amigos propuseram-se angariar fundos para ajudá-la e criaram um site para o efeito
A descoberta da verdadeira origem do problema da jovem indiana só seria feita mais tarde por Hrayr Shahinian, um médico de Los Angeles, a quem Yamini se entregou com as dezenas de milhares de dólares reunidas pelos amigos. Foi durante a cirurgia que o médico percebeu que o tumor não era um simples tumor: tratava-se de um teratoma, um tumor com tecidos ou componentes de órgãos de mais do que uma parte do corpo e muitas vezes, como neste caso, com cabelo, ossos e dentes. Mais raros são os casos de teratomas com olhos, mãos ou pés e mais raros ainda com o aspeto semelhante ao de um feto. Os médicos acreditam que estão presentes no nascimento – resultantes de um gémeo de não se desenvolveu – mas só são descobertos mais tarde.