As alergias são cada vez mais recorrentes e as culpadas são bactérias com que convivemos, que desempenham um papel vital na formação do nosso sistema imunológico.
As alergias são reações das defesas do organismo contra agentes externos, que em teoria, deviam ser inofensivos. As mais comuns são ao pólen, aos ácaros, ao bolor, a vespas e abelhas, a animais de estimação (em especial ao pêlo de gatos e cães), a produtos químicos industriais e domésticos e a alimentos como o leite, os frutos secos, os ovos e os mariscos.
As bactérias que vivem connosco funcionam como um sistema de proteção do organismo. E os cientistas acreditam que o estilo de vida moderno está na origem da destruição deste sistema. Algumas das causas desta maior susceptibilidade a desenvolver alergias estão logo na pequena infância.
O primeiro contacto do recém-nascido com estes micro-organismos acontece na passagem pelo canal vaginal, mas com o aumento das cesarianas a exposição a essa flora microbiana, que protege contra alergias não acontece. Segundo a BBC, um estudo norueguês descobriu os bebés que nascem por cesariana são 52% mais propensos a sofrer de asma do que os nascem através de parto normal.
E o leite materno, entre inúmeros outros benefícios, é conhecido por conter até 900 espécies de bactérias. O que poderá explicar a razão pela qual os bebés que são amamentados são menos propensos a sofrer de alergias.
Outra das razões tem a ver com a maior e mais precoce exposição das crianças (mas também adultos) aos antibióticos. Embora o recurso a estes medicamentos seja por vezes inevitável, o uso exagerado deste tipo de medicação reduz drasticamente o número de bactérias inofensivas do nosso organismo.
Mas não é apenas a maneira que as crianças nascem que influencia a sua flora bacteriana. A forma como são criadas também faz a diferença. O mundo ocidental está cada vez mais assético e as crianças estão cada vez menos expostas a bactérias. O que faz com que o sistema imunitário destas crianças esteja cada vez menos preparado para lidar com estes microorganismos.