A Scotland Yard “demonstrou vontade de [fazer} novas análises”, estando em aberto a possibilidade de estas serem realizadas em Inglaterra ou novamente no Instituto Nacional de Medicina Legal (INML), contou Francisco Brízida Martins, após uma reunião de três horas com cinco elementos da polícia britânica, dois dos quais, especialistas em genética.
Essas análises teriam de ser feitas “no âmbito da cooperação” entre as autoridades portuguesas e inglesas e com a entrega de nova carta rogatória, explicou o responsável do INML, sublinhando que, apesar de alguns vestígios poderem não estar em condições para análise, “hoje”, com a evolução tecnológica, “consegue-se ir mais longe do que há alguns anos”.
Os elementos da Scotland Yard, que estão a desenvolver uma investigação paralela à das autoridades portugueses, “pretendiam esclarecer os procedimentos nos exames de genética e biologia”, realizados no INML em 2007, referiu.
“Houve um reconhecimento pelo trabalho do instituto”, estando o INML “disponível para a realização de novos exames”, avançou.
O encontro entre a polícia britânica e o instituto começou por volta das 10:30, em Coimbra, e terminou às 13:30.
O encarregado de coordenar a investigação da Scotland Yard no caso Madeleine McCann, Andy Redwood, recusou-se a tecer qualquer comentário sobre a reunião com os membros do Instituto de Medicina Legal.
Inspetores da Scotland Yard estiveram reunidos, na terça-feira, com a PJ, em Faro, três meses após as últimas inquirições no âmbito do caso Madeleine McCann.
A polícia britânica terá estado a preparar novas inquirições a suspeitos no âmbito deste processo, depois de, em julho, terem interrogado quatro arguidos e uma dezena de testemunhas.
Em agosto, a Scotland Yard entregou a quinta carta rogatória às autoridades portuguesas, no sentido de realizar novas diligências que ainda não foram autorizadas pela nova procuradora do Ministério Público de Portimão.
No início de junho, agentes britânicos de investigação forense, PJ e GNR realizaram várias buscas com cães, no miradouro da Praia da Luz e em terrenos à entrada da localidade turística da Aldeia da Luz.
Ao todo, foi investigada uma área de cerca de 60 mil metros quadrados, incluindo condutas de eletricidade e gás, esgotos e edifícios em ruínas, com o auxílio de cães pisteiros e “georradares”, buscas que se revelaram infrutíferas.
Maddie McCann desapareceu a 03 de maio de 2007, do quarto onde dormia com os dois irmãos gémeos, mais novos, num apartamento de um aldeamento turístico, na Praia da Luz, no Algarve.