Reza a história que na 2ª Guerra Mundial alguns marinheiros americanos alimentavam-se de suplementos confecionados a partir de fígados de peixes (vitamina A2), para que a sua visão noturna se “apurasse”. Segundo alguns relatos, a verdade é que ao fim de vários meses a visão dos marinheiros voluntários melhorou, e estes começaram a detetar sinais luminosos infravermelhos. Ao contrário de alguns animais, os seres humanos não têm essa capacidade de “visão infravermelha”.
Um grupo de cientistas, financiado por cidadãos, recriou a lenda, e obteve resultados positivos. Através da realização de um estudo puderam concluir que limitando o consumo de vitamina A1 (vegetais) substituindo-a pela vitamina A2 (fígados de peixes), o corpo humano aumenta a sua produção de “porphyropsin” (sistema visual). Este consiste num complexo de proteína que concebe uma “visão infravermelha” mais próxima da dos peixes de água doce. Deste modo, os pesquisadores acreditam que esta proteína pode dar ao seres humanos uma visão infravermelha completamente natural.
Depois de várias semanas a seguirem a dieta, o eletrorretinograma (ERG) – teste utilizado mundialmente para avaliar o estado da retina e doenças oculares em humanos e amimais – usado nos quatro voluntários começou a detetar “espinhos de 950 nanómetros (nm) na visão dos mesmos”.
Sendo o infravermelho uma energia radiante invisível aos nossos olhos, esta radiação eletromagnética estende-se de 800nm a 2500nm. Segundo o estudo apresentado, os participantes poderiam apanhar algumas radiações infravermelhas. Apesar destes resultados existe um grande ceticismo por parte de profissionais, “não importa o que comemos, os foto-receptores nos nossos olhos não conseguem captar radiações de luz que vão além dos 650nm (…) é impossível dentro dos limites da física ou biofísica”, declara Bryan Jones, um neurocientista.