Pesquisas recentes concluíram que o mundo virtual pode dizer mais sobre o mundo real do que se imagina. De acordo com Gunwoo Yoon, um dos responsáveis pelo estudo realizado pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, basta passar cinco minutos em ambientes virtuais para que o comportamento dos jogadores se altere consoante a personagem, podendo tratar bem ou mal as pessoas que se encontrem em seu redor.
O estudo contou com 194 estudantes universitários que foram divididos em três grupos distintos. Uns jogaram no papel de heróis (Super-Homem), outros ficaram como vilões (Voldemort) e, por fim, os neutros. Após cinco minutos foi-lhes realizado um teste que consistia em escolher chocolate ou molho de pimenta. O escolhido seria derramado em cima dos pratos onde outros participantes iam comer.
Concluiu-se que os participantes que jogaram na pele de heróis escolheram, em média, duas vezes mais o chocolate do que o molho de pimenta. Ao contrário do que aconteceu com os neutros e os vilões. Estes últimos, inclusive, derrubaram quantidades consideráveis de molho picante, revelando uma certa vontade de causar algum desconforto nos outros estudantes.
Foi realizado um segundo teste, com 125 voluntários, também estudantes, de onde se concluiu que a escolha do personagem influencia mais o jogador do que alguém que esteja apenas a ver o outro jogar. No entanto, os jogadores parecem não ter noção dessa influencia e Yoon diz mesmo que as pessoas tendem a ignorar a influência da escolha dos personagens.
Esta influência dá-se, mesmo que inconscientemente, porque os ambientes virtuais permitem ao jogador “viver” determinadas experiências e assumir identidades que na vida real não seriam possíveis. Tal possibilidade torna-se um meio de observação, imitação e modelagem, explicaram Yoon e Patrick Vargas, outro co-autor do estudo.