Estar longe do mau colesterol é já uma regra de ouro para estar de boa saúde, mas afinal, no bom colesterol pode estar o início de um mal maior. Investigadores americanos afirmam que o colesterol bom pode tornar-se disfuncional e perder as suas propriedades de proteção.
A proteína apolipoproteína A1 (apoA1) presente no bom colesterol era vista, até agora, como a responsável pelas propriedades cardio-protetoras. No entanto, o Dr. Stanley Hazen e a sua equipa dizem ter descoberto que o excesso de apoA1, nas paredes das artérias, acaba por as entupir ou até levar à oxidação. Em vez de contribuir para a protecão do coração, o colesterol bom acaba então por promover problemas cardíacos, sobretudo o desenvolvimento de doença arterial coronária.
Depois de criarem um método que os levou à identificação de pacientes com disfunção no bom colesterol, os médicos partiram para a análise do sangue de 627 pacientes cardíacos. Os testes revelaram que os pacientes com bom colesterol disfuncional correm maior risco de sofrer doenças cardíacas.
Embora não compreendam ainda como ou o porquê de o bom colesterol se transformar num colesterol prejudicial, os médicos estão já à procura de soluções para combater os efeitos negativos desta disfuncionalidade.
“Estamos a desenvolver um teste clínico para medir os níveis [do colesterol bom disfuncional] na corrente sanguínea, o que será uma ferramenta valiosa, tanto para avaliar o risco de doença cardiovascular em pacientes como para prevenir a doença”, disse o Dr. Hazen.
Estimulado pela ingestão de alimentos como feijões, lentilhas, alho, azeite e abacate… o chamado de “colesterol bom” pode afinal não ser é assim tão inofensivo.