Milhares de professores protestaram durante a tarde de sábado, na avenida da liberdade, na cidade de Lisboa.
O ministro da Educação, Nuno Crato, assegurou que os exames nacionais de Português e Latim vão realizar-se na segunda-feira, apesar de os sindicatos terem mantido a greve agendada, no final de mais um dia de negociações inconclusivo.
“Tivemos esperança de que fosse possível obter a desmarcação da greve do dia 17. Infelizmente tal não foi possível, ficámos longe disso. É preciso sublinhar que é uma greve prejudicial aos alunos, que devem estar no centro das nossas preocupações. Todos perdemos com esta greve: alunos, pais e país”, declarou o ministro em conferência de imprensa no Ministério da Educação e Ciência (MEC).
Nuno Crato falava no final de um dia de rondas negociais, que juntaram o secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, Casanova de Almeida, as federações sindicais da educação e os sindicatos de menor representatividade para discutir os efeitos da greve dos professores nos exames nacionais e as novas regras a aplicar à função pública.
Os sindicatos estiveram reunidos com os responsáveis do Ministério da Educação e confirmaram a realização da manifestação de hoje em Lisboa e a greve às avaliações de segunda-feira.
Os sindicatos avançam com um novo período de greve às avaliações entre 24 e 28 de junho e acusam o Ministério de não ter qualquer novidade para as suas reivindicações.
O secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, criticou o Governo e confirmou, após a reunião, que a greve é mesmo para avançar.
Na próxima semana, além da greve às avaliações, os sindicatos vão ouvir os professores e saber até que ponto “estão dispostos a ir na luta”, disse Mário Nogueira.
A Federação Nacional da Educação (FNE) afirmou, depois de duas reuniões no Ministério da Educação e da Ciência (MEC), que a greve de segunda-feira será mantida, mas admitiu “aproximações” da tutela às posições sindicais que merecem ser trabalhadas.
À saída da segunda reunião do dia com o secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, Casanova de Almeida, que juntou no MEC as federações e sindicatos de menor representatividade para mais uma ronda negocial relativa às novas regras a aplicar à função pública, o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, afirmou que deve ser dado “espaço a esse tempo de negociação”, que será o da negociação suplementar na próxima quinta-feira.
“Preferimos apostar na negociação do que estar a entrar num galope de greves que não trariam a solução. Preferimos a negociação para este tempo que agora se aproxima”, declarou Dias da Silva.