A leitura do acórdão do caso do homem acusado de mais de 7.200 crimes de abuso sexual de crianças, e de mais de 156 mil de pornografia de menores, decorreu nas Varas Criminais de Lisboa, tendo sido dados como provados todos os factos apresentados pela acusação. Além da pena de prisão, o tribunal determinou ainda o pagamento de 40 mil euros de indemnização às famílias das vítimas.
O julgamento decorreu à porta fechada, por decisão do coletivo de juízes presidido por Clarisse Gonçalves, tendo em conta o cariz sexual dos crimes. A leitura do acórdão, no entanto, como determina a lei, foi à porta aberta.
Fonte judicial disse à Lusa que, nas alegações finais, o Ministério Público (MP) pediu 22 anos de prisão, uma vez que, para o procurador, ficaram provados todos os factos constantes na acusação.
Na ocasião, a mesma fonte acrescentou que, pela primeira vez, o arguido falou durante o julgamento, para assumir os crimes, mostrar arrependimento e pedir desculpa às vítimas.
O informático, de 53 anos, morador em Benfica, Lisboa, foi julgado pelos crimes cometidos sobre seis menores: três rapazes e três raparigas.
O presumível pedófilo estava acusado de 7.219 crimes de abuso sexual de crianças agravado, de 156.025 crimes de pornografia de menores – gravados em CD e em discos dos computadores -, e de 1.401 crimes de gravações e fotos ilícitas.
O homem é suspeito de, entre 2007 e 2011, ter praticado atos de natureza sexual, relações sexuais e masturbação com menores, de idades entre os três e os 12 anos. O arguido terá filmado as relações sexuais, tendo no seu computador centenas de imagens de natureza pornográfica envolvendo menores. É acusado ainda de ter cedido estas imagens e filmes numa página na Internet, permitindo o acesso a terceiros.