Os resultados sugerem que este gel pode melhorar a função em suínos com lesão cardíaca, o que coloca esta terapia a um passo de ser testada em seres humanos.
O hidrogel é feito a partir de tecido conjuntivo cardíaco sem células do músculo, que são retiradas por meio de um processo de limpeza, liofilizadas e moídas em forma de pó. Em seguida, são liquefeitas num fluido que pode ser facilmente injetado no coração.
Quando atinge a temperatura do corpo, este líquido transforma-se num gel semi-sólido poroso, que estimula as células a repovoarem as áreas de tecido cardíaco danificado e a preservar a função cardíaca.
Posteriormente, o hidrogel forma um suporte para reparar o tecido e, eventualmente, fornece sinais bioquímicos que impedem uma maior deterioração nos tecidos circundantes. Segundo a líder da pesquisa, Karen Christman, esta ação ajuda a promover uma reposta de remodelação do tipo positiva e não pró-inflamatória no coração danificado.
Este grupo investigadores dos EUA, acrescenta que o gel também pode ser injetado através de um cateter, um método que é minimamente invasivo e não necessita de cirurgia ou anestesia geral.
Existem poucas terapias cardíacas injetáveis em desenvolvimento para serem utilizadas em animais, como o porco, que têm um coração que é semelhante, quer no tamanho quer na anatomia, ao coração humano.
A maioria dos materiais produzidos até hoje foi testada em ratos e são injetáveis através de uma agulha e seringa. No entanto, poucos são compatíveis com a injeção via cateter já que se tornam em gel muito rapidamente e provocam um entupimento do cateter durante o procedimento.
Nos testes feitos nestes animais de pequeno porte, o gel não foi rejeitado pelo organismo e não causou arritmia cardíaca nos animais, fornecendo uma garantia de que o produto será igualmente seguro para seres humanos.
Karen Christman, diz que terapias como o hidrogel seriam um desenvolvimento bem-vindo, uma vez que há uma estimativa de 785 mil casos novos de ataque cardíaco nos EUA a cada ano, sem tratamento estabelecido.