Na véspera do maior concurso de saltos de obstáculos do mundo, que começou esta quinta-feira, 1, e termina no sábado, 3, há grande agitação no Hipódromo Manuel Possolo, em Cascais. À rédea, os tratadores alinham os cavalos em fila para a obrigatória inspeção veterinária. Na zona das boxes, outros descansam.
É o caso de Julieta e Prestige, os animais de Francisco Moura, 25 anos, vice-campeão nacional, que convive com os bichos desde que nasceu – montou pela primeira vez aos três anos. “Os cavalos de competição precisam de bastante treino”, diz o jovem cavaleiro, explicando ainda que são selecionados à nascença, consoante o pedigree. “Os tratadores percebem logo quais são, pelo físico e pela esperteza.”
Atletas a partir dos quatro anos, são cavalos que aos oito passam para o serviço internacional. “E quando chegam a este deste nível, são tratados com os maiores mimos: um muito bom ferrador, dentistas, máquinas de massagens, ventoinhas para estarem frescos, mantas com magnets, que transmitem vibrações, para estarem relaxados o dia todo…”, acrescenta Francisco Moura.
Tudo para que, no dia D, estejam nas melhores condições. Junto ao relvado, prossegue a inspeção veterinária. “O andamento do trote é o indicado para avaliar se o cavalo tem claudicações – o nome técnico para as lesões nas Patras”, como conta João Costa Pereira, o veterinário da seleção nacional, responsável pela avaliação de todos os animais, nesta competição. Um a um, durante uma manhã e uma tarde, os bichos desfilam perante o seu olhar profissional. A mostrar a sua raça.