Por estes dias, a praia da Marinha – o postal mais divulgado do Algarve – ainda é um paraíso. Mesmo sem se pôr um pé na areia, vale a pena. A vista, assim que se sai do carro, enche os olhos. Do alto das rochas que a envolvem, o que mais sobressai é a transparência da água e o suave som das ondas. Mas também a imponência da falésia. Neste final de tarde de Maio, um casal de meia-idade, estrangeiro, sai da sua autocaravana para piquenicar numa das mesas situadas junto do parque de estacionamento. Lá em baixo, há quatro turistas que nadam, ao largo. Outros tantos repousam na areia. A ganhar fôlego para a subida, que, embora se faça por entre sombras e com degraus bem espaçados, custa. Custará ainda mais a Nuno Mestre, que carrega a pequena Inês ao colo. Mas vale o esforço. “Em Agosto, isto não presta; esta é a boa altura para cá vir”, diz Márcia Coelho, a mãe da criança. Este casal de Beja só vê vantagens em veranear sem ser no Verão: “Temos sítio para estender a toalha, come-se melhor, sem stresse e mais barato.” Naquele dia, só Inês aproveitou a água do mar – os pais apenas molharam os pés. E a criança, nos braços do pai, despede-se da areia, animada e faladora, cabelo ainda por secar.
A evitar: ir para a praia sem comida ou bebida, porque o único bar só abre em Junho
Atractivos: ainda não estar concessionada e por isso ter mais espaço na areia e nenhum desporto náutico a perturbar a paz que ali se sente
A não perder: antes de descer à praia, um passeio por entre a vegetação rasteira de onde se desfruta uma boa panorâmica da água cristalina lá em baixo e das curiosas formações rochosas