Será que à terceira é de vez? Luís Montenegro tentou um primeiro assalto à liderança do PSD em 2019 e perdeu na secretaria; depois, em janeiro de 2020, foi derrotado numa segunda volta nas diretas. Agora, é um dos generais de Rui Rio que aponta Montenegro como o nome mais desejado para a sucessão no partido – uma aposta que é vista com bons olhos por quem esteve com Paulo Rangel. O anúncio de tal disponibilidade está dependente do adeus formal do presidente do PSD, que, após a derrota no último domingo, não só não foi claro quanto ao seu futuro como fez por não ser compreendido ao responder em alemão. Rio entendeu que, perante uma maioria absoluta do PS, não “vê a utilidade” da sua pessoa para o partido, mas também não se demitiu.
Quatro eleições importantes perdidas – entre as quais as últimas legislativas, em que, apesar de ter obtido mais 80 mil votos, perdeu deputados e ficou aquém das expectativas – colocam Rio a prazo. A dúvida é se esta é a morte política do antigo autarca da Invicta, obrigando quem se lhe seguir a ter um espírito de mártir face a uma maioria absoluta do PS – que retirará qualquer visibilidade aos dois primeiros anos na São Caetano à Lapa –, ou se o líder social-democrata conseguirá reinventar-se.