Pela primeira vez em democracia, o CDS não vai ter representação parlamentar. Esta não é, na verdade, a primeira crise que atravessa o partido fundado por figuras como Amaro da Costa, Freitas do Amaral ou Basílio Horta – bastando, para o confirmar, recordar o grupo parlamentar de apenas quatro elementos, que lhe valeu o epíteto de “partido do táxi”, nos finais da década de 1980 –, mas a ausência total e completa da Assembleia da República é uma novidade. A somar às dificuldades: o crescimento (galopante) de novos partidos à direita (como Chega e IL), para onde terá convergido parte significativa do eleitorado centrista. Com este quadro, qual será o futuro do CDS?
Recuando um pouco, partimos das legislativas de 2011, quando o CDS, sob liderança de Paulo Portas, elegeu 24 deputados (com mais 653 mil votos), resultado que lhe permitiu avistar os melhores anos do partido, nos primórdios da democracia, e dar a mão ao PSD de Pedro Passos Coelho para formar governo. Pouco mais de uma década depois, o CDS desaparece do mapa parlamentar (não indo além dos 86 mil votantes).