20:00 horas. Os três canais generalistas regressavam à emissão com as primeiras projeções da noite eleitoral e os sociais-democratas sentados em frente ao palco onde Rui Rio discursará no final da noite abeiravam-se das televisões, colocadas na lateral do cenário, da sala do Chiado, no hotel SANA Marquês, em Lisboa. A expressão ficou diluída pelas máscara, mas o silêncio em que a sala mergulhou dizia tudo. E depressa começaram a ecoar pelos corredores os desabafos de desilusão. Até esta hora, quando estão apurados 57% dos resultados, os socialistas seguem à frente com 42,07% dos votos e os sociais democratas têm 29,20%.
Um dirigente confessa que não estava à espera de que a diferença para os socialistas fosse tão grande e começam-se a fazer as primeiras análises ao que terá acontecido. O Chega, bem posicionado no terceiro lugar, custou aos sociais-democratas demasiados votos? Rui Rio não foi suficientemente claro a demarcar-se de André Ventura? Costa foi eximiu a apelar ao voto útil? Tudo hipóteses que se ouvem no piso -1 do hotel na Avenida Fontes Pereira de Melo.
Já a direção de Rui Rio não se fez ouvir até ao momento. O líder, que começou a noite num dos quartos do piso superior acompanhado pela família, está agora reunido com a direção, que não desceu para reagir às projeções, como tem acontecido nos outros partidos. Só o secretário-geral e diretor de campanha, José Silvano, se chegou ao microfone (ainda antes das primeiras projeções) para dizer três frases sobre a abstenção, que está avaliada em 46%.
“Num tempo de pandemia, com cerca de um milhão de confinados, a abstenção ter uma redução é um sinal que é preciso relevar”, disse José Silvano, elogiando a “tranquilidade” com que decorreu o ato eleitoral e que “só prestigia o país”.
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