Segundo a agenda de campanha preliminar, o Chega irá percorrer, durante os 14 dias do período de campanha oficial, 16 dos 18 distritos de Portugal continental, com a exceção de Portalegre e Santarém, onde esteve nos últimos dias de pré-campanha.
A campanha oficial do Chega, composta por “eventos em espaços abertos, arruadas” e jantares-comícios, irá arrancar no domingo na Batalha, distrito de Leiria, e terminará no Barreiro, no distrito de Setúbal, depois de uma arruada no Chiado, em Lisboa.
“Vamos dar um foco maior nas zonas principais, a nível de população e mesmo eleitoral, ou seja, estamos a falar sem dúvida de Setúbal, Braga, Porto, Lisboa, e também algumas zonas onde temos uma implementação maior, como Faro, Aveiro, Leiria, Santarém. Portanto, essas zonas serão sem dúvida as principais, mas vamos tentar percorrer durante a campanha todo o país”, disse à Lusa o diretor de campanha do Chega, Rui Paulo Sousa.
Depois de, na primeira vez que concorreu a eleições legislativas, em 2019, o Chega ter conseguido a eleição de um deputado para a Assembleia da República, com 1,29% dos votos, o líder do partido, André Ventura, pretende agora tornar-se na terceira força política a nível nacional.
Para tal, Ventura estabeleceu como objetivo para estas eleições atingir os 15% e eleger entre 15 a 25 deputados.
No entanto, o líder do Chega admitiu, em entrevista à Lusa, que esse cenário seria o “ideal” e estipulou como objetivo “realista” atingir uma percentagem que se situe entre a que obteve nas eleições autárquicas e nas eleições presidenciais: entre 4% e 12%.
Afirmando que não assinará qualquer acordo de incidência parlamentar para apoiar um executivo do PSD — Ventura diz que não está contente com a fórmula encontrada nos Açores, onde assinou um acordo com o PSD –, o líder do Chega só aceitará viabilizar um Governo de direita caso tenha presença ministerial.
Ainda assim, Ventura reconheceu que só estará em posição de exigir ministérios se o partido tiver uma votação acima dos 7%, mostrando-se disponível para, caso fique abaixo dessa fasquia, “olhar para cada cenário e ver qual é o que melhor serve o país em cada momento”.
No seu programa eleitoral, o Chega propõe uma taxa única de IRS, quotas para imigrantes, a reintrodução da prisão perpétua para certos crimes e a criação de uma pensão mínima garantida de valor equivalente ao salário mínimo nacional.
Além disso, num documento divulgado na quarta-feira intitulado “100 medidas de Governo”, o Chega propõe, entre outros, a “deportação de todos imigrantes ilegais para o seu país de origem”, a “proibição da propaganda da agenda LGBTI no sistema de ensino português” e a necessidade de “serviço comunitário obrigatório” para beneficiários do subsídio de desemprego.
No mesmo documento, o Chega reitera também medidas que estavam ausentes do programa eleitoral mas que têm sido bandeiras do partido, designadamente a castração química para “qualquer culpado de crimes de natureza sexual cometidos sobre menores de 16 anos” ou a redução do número de deputados dos atuais 230 para 100.
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