Ainda a equacionar as melhores soluções para evitar que meio milhão de portugueses fiquem impedidos de votar nas próximas legislativas por estarem infetados com Covid-19, Francisca Van Dunem, ministra da Administração Interna, vai sentar-se à mesa com todos os partidos, durante o dia de hoje, para ouvir as suas ideias. Até ao momento foram recebidos apenas a IL, o Chega, Os Verdes e o PAN; e foi o líder do segundo partido, André Ventura, que serviu de porta-voz para as intenções relevadas pela tutela, durante a reunião, de criar um horário específico para os infetados.
“O que provavelmente acontecerá é uma recomendação para que as pessoas em isolamento vão votar a uma determinada hora”, disse André Ventura, explicando, que o período deverá ser de “uma hora ou duas”. Nelson Silva, deputado do PAN, e o seguinte a sair do encontro com o MAI, concretizou que esta hora deverá ser encaixada entre as 17:00 e as 18:00.
O tempo de votação para os portugueses em isolamento obrigatório terá de ser incluído no horário normal, uma vez que a lei eleitoral não permite alargar o tempo, depois de agendado, o ato eleitoral, e com a Assembleia da República dissolvida. No entanto, alerta Nelson Silva, o Executivo “ainda está à espera de um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR)”, lamentando que o Governo não se tenha preparado atempadamente para esta situação.
Crítica partilhada pelo secretário-geral da Iniciativa Liberal, Miguel Rangel, que, à saída da reunião, quis “deixar claro que o direito ao voto é um pilar de qualquer democracia, de um estado de direito e, portanto, em momento algum pode ser esmagado”. Acrescentando que até a pedir o parecer à PGR o Governo se atrasou. Todavia, questionado sobre as soluções que a IL defende, Miguel Rangel não as concretizou.
De manhã ainda foi ouvido o CDS. À tarde, é a vez do PCP, do BE, do PSD e do PS.