No Irrevogável desta semana, o convidado, Carlos Carreiras, 59 anos, presidente da Câmara de Cascais e figura histórica do PSD, afirma que o país precisa de um Orçamento porque, nesta fase, não pode viver de duodécimos. Mais, Carreiras afirma que, logo no início da pandemia, o seu partido devia ter anunciado a abstenção para o Orçamento de 2021, responsabilizando o PS e resgatando-o, ao mesmo tempo, à dependência de PCP e Bloco de Esquerda, partidos dos quais os socialistas “se encontram reféns, para mal do País”. Mas critica a “fanfarronice” de António Costa, quando o primeiro-ministro afirmou que, “no dia em que dependesse do PSD, o Governo acabava”.
Relativamente às eleições regionais dos Açores, o autarca cascalense é perentório: “Não mudei a minha posição, desde 2015 e da formação da geringonça: quem ganha, deve governar”. Com isto, embora “rejeite” uma geringonça à direita e subentenda que Vasco Cordeiro, do PS, deve formar governo, o convidado desta semana não alinha pelo “preconceito” de que “os radicalismos de direita são maus e os de esquerda, como o do Bloco, são bons”: São todos maus!”
Mais ambíguo relativamente à ambição que o seu partido deve ter para as eleições autárquicas do próximo ano, Carreiras distingue entre “vitórias quantitativas” e “vitorias qualitativas”. Admite que é difícil, ja nestas eleições, o PSD recuperar a posição de partido com mais câmaras ganhas mas considera que deve ter candidatos fortes, a disputar a eleição, nos concelhos mais importantes, como é o caso de Lisboa. Quanto a Cascais, ganhar “será reforçar” a sua própria maioria absoluta.
Relativamente às medidas para fazer frente à pandemia, Carlos Carreiras aceita como necessária a declaração de Estado de Emergência, como cobertura legal para que se tomem medidas especiais de controlo da propagação do vírus, como é o caso dos limites de circulação entre concelhos, em determinados períodos. Puxando os galões sobre a reação do seu executivo municipal, no combate à Covid-19 e no apoio às populações, em termos sanitários, e à atividade económica, afirma que o seu plano de operações, quer do ponto de vista dos assuntos correntes, quer do ponto de vista financeiro, é a dois anos, precavendo o caso de a pandemia só deixar de existir no final de 2022. Entretanto, afirma que, nesta matéria, não pode ser cada um por si, “mas todos por todos”, e recusa a ideia de que possa existir um “campeonato”, entre concelhos, a ver quem tem o menor número de infetados.
No day after das eleições americanas, Carlos Carreiras confessa que se sentirá mais confortável se Joe Biden for eleito.
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