No programa semanal de entrevistas da VISÃO, o IRREVOGÁVEL, o vice-presidente da Câmara de Cascais e ex-candidato à liderança do PSD, Miguel Pinto Luz, afasta qualquer hipótese de entendimento com o “populismo bacoco, barato e infantil” do Chega: “Este não é o mesmo André Ventura que militou no PSD”, defende, criticando a abertura de Rui Rio para um entendimento com o partido de Ventura, caso este se modere. “O Chega cresce porque o PSD deixou cair algumas das suas bandeiras como a defesa da segurança e o discurso para as empresas e para os empresários”.
Sobre o Orçamento (de que é muito crítico, afirmando que o PSD só pode votar contra) aposta na sua viabilização à esquerda: “A geringonça está mais forte do que se pensa…”
Embora sem admitir a frente de direita, que congregasse PSD, CDS e IL, para as eleições autárquicas, como defendeu o líder da JSD, Alexandre Poço, Miguel Pinto Luz elogia o espírito de iniciativa política do novo lider da JSD e admite que, no caso de legislativas, essa hipótese já seria admissível e até poderia vincar a força mobilizadora do PSD. Miguel Pinto Luz espera que apareçam “generais”, no seu partido, disponíveis para a batalha das autárquicas, que é para ganhar, mas rejeita qualquer intenção de se candidatar a Lisboa: “Não me caem os parentes na lama por ser o n.º 2 em Cascais. Se o eleitorado quiser, esta dupla [Carlos Carreiras, presidente da CMC e Pinto Luz] é para manter”. Mas critica Poiares Maduro por ter avançado o nome de Paulo Portas, apoiado por PSD e CDS, para Lisboa: “Depois do mau resultado do PSD há quatro anos, temos a obrigação de apresentar uma candidatura própria.”
Sobre a não reconduçãp do presidente do Tribunal de Contas, Vítor Caldeira, e sobre a nomeação do novo titular do cargo, José Tavares, com o aval de Rui Rio, Pinto Luz diz que “nenhum dos protagonistas políticos ficou bem na fotografia”. Mas é ainda mais crítico do processo de eleição dos novos presidentes das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDRs), “cozinhadas” entre António Costa e Rui Rio: “O jogo estava todo viciado, foi uma combinação entre as cúpulas e os autarcas não foram tidos nem achados, limitando-se a ir votar. Não sou contra a regionalização, mas seria outra. Isto é uma regionalização encapotada. E é assim que e desprestigia a democracia…” Quando se trata de entendimentos como este, admite, com desilusão, que também “o Bloco Central pode estar mais forte do que se pensa”.
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