Numa declaração política na Assembleia da República, o secretário-geral do PSD, José Silvano, considerou que o PSD atingiu todos os objetivos a que se propôs, como aumentar o número de presidências de câmara, o número de eleitos e de votos em relação a 2017, destacando a vitória em Lisboa ou o reforço da implantação nas áreas metropolitanas ou a subida “exponencial no Alentejo”.
“A conquista da maioria absolutíssima das capitais de distrito, é quase uma goleada, 11 para o PSD, cinco para o PS”, afirmou.
Para o secretário-geral e coordenador autárquico do PSD, “estes indicadores demonstram a clara vitória política do PSD nestas eleições autárquicas”.
“Invertemos o ciclo político autárquico iniciado em 2009 e estamos em melhores condições de ser alternativa a este Governo em 2023”, defendeu.
Na réplica, o vice-presidente da bancada João Paulo Correia considerou que “não vale a pena esconder a realidade dos factos”.
“O PS venceu as eleições autárquicas e venceu de forma clara: 152 presidências de câmara municipal contra 115 do PSD. No número de votos, o PS teve 1.850.000, o PSD 1.590.000. Nos mandatos, o PS conseguiu 912, o PSD 797”, afirmou.
José Silvano contestou estes números, dizendo que a diferença entre os dois partidos era menor, quer em número de votos, quer de eleitos.
“Estamos como nas sondagens”, criticou, dizendo que também o deputado José Luís Carneiro, numa intervenção anterior, “já tinha inventado mais câmaras municipais do que existem”.
O secretário-geral do PSD referiu ainda que, em 2013, quando o PS teve 149 câmaras, “menos uma do que agora”, disseram que tinha sido “por poucochinho e demitiu-se um líder do partido”, referindo-se a António José Seguro.
No entanto, as críticas dirigidas então por António Costa a Seguro referiam-se aos resultados do PS nas europeias, em maio de 2014.
De acordo com os dados disponíveis na página oficial dos resultados das autárquicas, o PS conquistou sozinho 148 câmaras, mais uma em coligação com o Livre, e o PSD 72 sozinho mais 42 em coligações que encabeçou (num total de 114).
Na sua declaração política, José Silvano tinha defendido que deveriam ser os autarcas “os executores do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”, prometendo que o PSD irá propor “alterações legislativas que reforcem a autonomia e o poder de decisão dos presidentes de Câmara, permitindo o aumento de meios financeiros para fazer face a este tipo de situações extraordinárias”.
“Foi preciso passar as eleições para reconhecer que o debate do PRR era fundamental”, ironizou João Paulo Correia, acusando Silvano de contradizer as acusações feitas pelo presidente do PSD, Rui Rio, a António Costa de usar abusivamente o PRR na campanha eleitoral.
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