“É natural. A vida partidária tem destas coisas. Estou muito tranquila e sossegada. Eles ganharam (coligação de direita Novos Tempos), e eu vou à minha vida. Mas com uma certeza: pus Arroios no mapa”, admitiu a socialista Margarida Martins, à VISÃO, à chegada ao Páteo da Galé, em Lisboa, onde se concentra a candidatura de Fernando Medina na noite eleitoral.
A autarca do PS, e a emblemática ex-presidente da associação Abraço, descartou a hipótese de a sua derrota possa ter acontecido na sequência de notícias sobre a sua atuação enquanto presidente da Freguesia de Arroios: “Não tem nada a ver com isso, algo que vai ser resolvido em tribunal. Foi algo transversal a algumas freguesias, como Alvalade, Parque das Nações. Avenidas Novas, Lumiar ou São Domingos de Benfica”.
“Não faço a mínima ideia do que possa ter levado a este cenário. Mas posso garantir, enquanto cidadã, estou muito grata pelo trabalho que fiz, fui muito bem tratada pela população. Muita gente decidiu não ir votar; talvez tenhamos de perceber porque decidiram não votarem”, apontou.
Recandidata a um terceiro mandato, tendo em conta que liderava a autarquia desde a reforma administrativa que a criou, Martins defendeu ainda que se deve a si que “hoje se fala” daquela freguesia.
“Pus Arroios no mapa. Éramos uma freguesia de 94 nacionalidades que ninguém sabia existir, e orgulho-me de sair sem termos problemas sociais graves, problemas com as crianças ou famílias, não termos rixas entre comunidades e estarmos a resolver problemas dos sem-abrigo. Mas, enfim, é hora de partir e eu vou de cabeça erguida e tranquila”, concluiu a autarca socialista.
