Hernâni Dias chegou ao Parlamento, para dar explicações sobre as duas imobiliárias que criou e que podem ser beneficiadas pela Lei dos Solos, com uma novidade sobre as dúvidas em torno de um alegado benefício de interesses. Aquele que foi o primeiro governante a demitir-se no Executivo de Luís Montenegro revelou aos deputados que “antes de constituir as empresas” falou com a Entidade da Transparência para perceber se podia fazê-lo. O agora ex-secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território garante que a resposta foi positiva “com duas condições”: não podia ter a maioria do capital social nem ser sócio-gerente, condições que cumpriu. “Estou aqui completamente tranquilo”, disse, sobre as polémicas que levaram à sua demissão.
Hernâni Dias ficou sozinho a defender-se, uma vez que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, que até tinha prometido falar do caso antes da demissão, se resguardou num silêncio absoluto, enquanto o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, afastou a ideia de que esta demissão pudesse abrir a porta a outras saídas do Governo, garantindo que se tratou de um caso “absolutamente isolado”. Esta não é, contudo, a única situação que tem feito soar alarmes sobre relações perigosas e conflitos de interesses nas escolhas que o Governo tem feito.