À partida, é hoje que se sabe se o antigo primeiro-ministro português António Costa ruma ou não à Europa. O jantar informal de chefes de Estado e governo da União Europeia, que acontece esta segunda-feira em Bruxelas, já deixa adivinhar duas coisas: que von der Leyen se deverá manter como presidente da Comissão Europeia e que António Costa corre o risco de suceder a Charles Michel na presidência do Conselho Europeu.
A reunião desta segunda-feira destina-se a promover uma primeira discussão sobre os resultados das eleições do último dia 9 de junho, bem como a agenda estratégica até 2030.
Depois de 26% dos assentos no Parlamento Europeu terem ficado nas mãos dos partidos de centro-direita, a posição de von der Leyen saiu ainda mais reforçada – e vários chefes de Estado e de Governo já manifestaram, segundo a imprensa internacional, o seu apoio para a recondução da primeira mulher presidente da Comissão Europeia no cargo.
Há umas semanas, Emmanuel Macron tinha sinalizado que ia agir no sentido de colocar Mario Draghi na linha de sucessão de von der Leyen, mas o atual contexto político nacional deverá afastar a atenção do presidente francês da Europa. Com a primeira volta das eleições marcada para 30 de junho, Macron está em período eleitoral e com as energias concentradas no que se passa dentro de portas.
Isto significa que Ursula von der Leyen deve ter os próximos 5 anos garantidos ainda de forma mais tranquila.
No mesmo sentido, António Costa também parece reunir consenso para ocupar o cargo de presidente do Conselho Europeu. Os governantes dos Estados-membros relativizaram as consequências do processo que ditaria a demissão de Costa do cargo de chefe do Governo português, e olham para o experiente político como a opção mais viável para suceder a Michel. Mette Frederikson, primeira-ministra dinamarquesa, ainda chegou a ser falada como uma potencial escolha, mas as suas posições extremadas em relação aos migrantes retiraram-lhe o apoio da sua família socialista, segundo alguns diplomatas ouvidos pelo The Guardian.
Os mesmos especialistas referiram que o facto de António Costa vir do sul da Europa e de ser mais velho do que outros potenciais candidatos faz com que torne menos provável que queira usar o cargo de presidente do Conselho Europeu para ascender a outras posições dentro da UE, o que é visto com agrado pelos seus pares.
Apesar de o jantar e a reunião de hoje serem momentos informais, é muito possível que as nomeações – ou indicações – que resultarem destes encontros sejam as finais na tomada de decisão.