O Governo acusa a provedora exonerada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), Ana Jorge, e os elementos da mesa de “atuações gravemente negligentes” que afetaram a gestão da instituição, justificando desse modo a exoneração.
De acordo com o despacho esta terça-feira publicado em Diário da República, que, no caso de Ana Jorge é assinado pelo primeiro-ministro Luís Montenegro e pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Ramalho, toda a atual equipa de gestão da SCML termina as funções a partir desta terça-feira .
O Governo justifica o afastamento da provedora e dos elementos da mesa com “atuações gravemente negligentes que afetam a gestão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa”, inclusive “a ausência de um plano de reestruturação financeira, tendo em conta o desequilíbrio de contas entre a estrutura corrente e de capital desde que tomou posse até agora”.
O despacho refere ainda “a não prestação de informações essenciais ao exercício da tutela, nomeadamente a falta de informação à tutela sobre o relatório e contas de 2023, mesmo que em versão provisória, e sobre a execução orçamental do primeiro trimestre de 2024, bem como a ausência de resposta de todos os pedidos de informação até agora solicitados” como motivos da exoneração.
Em causa está o trabalho de auditoria à expansão internacional da Santa Casa de Lisboa, que levou esta instituição a registar perdas de dezenas de milhões de euros nos últimos anos.
Esta segunda-feira, o Governo esclareceu, em comunicado, que “infelizmente, esta decisão tornou-se inevitável por a mesa, agora cessante, se ter revelado incapaz de enfrentar os graves problemas financeiros e operacionais da instituição, o que poderá a curto prazo comprometer a fundamental tarefa de ação social que lhe compete”.
Com Lusa