O presidente da Assembleia da República (AR), José Pedro Aguiar-Branco, considera que a Procuradora-Geral da República (PGR), Lucília Gago, deve ir ao parlamento dar explicações sobre os processos que provocaram crises políticas. Em declarações à Antena 1, José Pedro Aguiar-Branco disse que Lucília Gago deveria falar para que não se crie um clima de suspeição.
José Pedro Aguiar Branco adiantou que não acredita que “haja uma conduta premeditada, à esquerda ou à direita, para criar factos políticos por via da investigação criminal”. “Qualquer um de nós não quer acreditar que haja uma conduta premeditada para à esquerda ou à direita provocar um determinado facto politico por via de um investigação criminal, mas a verdade é que ninguém vive sozinho no mundo e é preciso ser explicado, porque se for explicado e se a situação ao ser explicada torna claro que a suspeição não existe, eu acho que estamos a contribuir para que esses dois mundos convivam de uma forma mais saudável para a democracia”, disse.
Como convidado da edição que assinalou os quatro anos do programa Geometria Variável da Antena 1, o presidente da AR defendeu ser essencial um pacto de regime para a clarificação de casos na justiça, mas com metodologia “para se chegar lá”. “Espero que o pacto aconteça. É importante a metodologia para se chegar lá”, referiu. José Pedro Aguiar-Branco comentava assim questões relacionadas com as eleições Legislativas e as Regionais da Madeira que tiveram origem em investigações do Ministério Público.
Reagindo às declarações do presidente da Assembleia da República, o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público declarou não concordar com as mesmas .O dirigente sindical Paulo Lona não se revê na ideia de Aguiar Branco e diz que a Procuradora-Geral da República pode e deve ir ao Parlamento dar explicações sobre temas e desafios que fazem parte do dia a dia do Ministério Público, mas não falar sobre questões em concreto e que estão em fase de negociação.