Pode medir-se facilmente a quantidade da substância? Depende, obviamente, dos elementos envolvidos. Como estabelece o conhecido Sistema Internacional de Unidades, a medição tem de levar em conta várias definições e a relação dos elementos. É assim, ignore-se o exagero da comparação, mais ou menos o que acontece nas propostas políticas. Com a votação do programa de Governo de Luís Montenegro marcada para esta sexta-feira, 12 de abril, tentar apenas aferir o peso da estratégia com que o social-democrata pretende convencer a Assembleia da República de que tem condições para gerir o País nos próximos quatro anos, apenas tendo em conta a sua dimensão, é, digamos, redutor. É que se o documento plasma grande parte do programa que a coligação PSD-CDS-PPM levou às urnas, a verdade é que também traduz (e muito) o xadrez político saído das eleições de há um mês.
E se os “compromissos de campanha são para cumprir”, como admitiu Montenegro, em Óbidos, na primeira reunião de todo o elenco governativo (59 ministros e secretários de Estado numa pequena salinha), no sábado passado, a permanente necessidade de negociação do PSD com as outras forças no hemiciclo e a carta de conforto, algo anacrónica, do líder do PS, Pedro Nuno Santos, na última segunda-feira, obrigaram a limar o teor do texto final, apurou a VISÃO (ao fecho desta edição, pouco mais se conhecia do que este jogo de cintura).