Para o mesmo número de ministérios, o Governo de Luís Montenegro vai ter mais uma Secretaria de Estado: 41, contra as 40 do último Governo de António Costa. Entre os novos governantes, estão 17 mulheres, quando Costa tinha 12, o que torna este Governo mais próximo da equidade (41% contra os 30% do anterior). O que mais é diferente?
Ministério da Saúde
Um ministério completamente feminino. A ministra, Ana Paula Martins, vai ter a companhia de Cristina Vaz Tomé, na Secretaria de Estado de Gestão da Saúde, e de Ana Margarida Povo, na Secretaria de Estado da Saúde. Cristina Vaz Tomé tem a particularidade de ter subido, no ano passado, ao pico do Kilimanjaro, a montanha mais alta de África. Duas em cada três pessoas que tentam a escalada falham.
Ministério da Justiça
Mais um 100% feminino. A Rita Júdice juntam-se Maria José Dias da Mota Magalhães de Barros (secretária de Estado Adjunta e da Justiça) e Maria Clara Figueiredo (secretária de Estado da Justiça).
Ministério dos Negócios Estrangeiros
Tudo quase igual. Três secretarias de Estado, duas com o mesmo nome (Negócios Estrangeiros e Cooperação, Nuno Sampaio, e das Comunidades Portuguesas, José Cesário) e a da Internacionalização passa a Assuntos Europeus (Inês Domingos).
Ministério das Finanças
Montenegro optou por quatro Secretarias de Estado, tal como Costa, mantendo as do Orçamento (José Brandão de Brito) e dos Assuntos Fiscais (Cláudia Melo de Carvalho), mas juntando na mesma Tesouro e Finanças (estavam separadas no anterior Governo), nas mãos de João Alexandre da Silva Lopes, e somando uma nova: da Administração Pública (Marisa da Luz Marques Oliveira).
Ministério da Presidência
Mantém-se a Secretaria de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, que fica com Paulo Lopes Marcelo, enquanto que Rui Costa Freitas fica Secretário de Estado Adjunto e da Presidência. As Secretarias de Estado do Planeamento e da Administração Pública caem.
Ministério da Coesão Territorial
Quase tudo igual, excetuando, obviamente as figuras: Hélder Reis é o novo secretário de Estado do Desenvolvimento Regional e Hernâni Dias o da Administração Local (que se chamava Administração Local e Ordenamento do Território)
Ministério dos Assuntos Parlamentares
Carlos Abreu Amorim é o novo secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, ao passo que Pedro Dias fica com a pasta do Desporto (que deixa cair a Juventude). Costa tinha ainda neste ministério a Secretaria de Estado da Igualdade e Migrações.
Ministério da Juventude e Modernização
A Igualdade passa para aqui; Carla Mouro, que foi assessora de Cavaco Silva, é a detentora da pasta, agora sem as Migrações. Alberto Rodrigues da Silva é o novo secretário de Estado da Modernização e da Digitalização.
Ministério da Defesa Nacional
Nuno Melo chamou para o seu lado, como secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, um camarada de partido, Álvaro Castello-Branco. Ana Isabel Xavier é da Defesa Nacional. O anterior Ministério da Defesa tinha apenas um secretário de Estado.
Ministério da Administração Interna
Os nomes da secretarias mantêm-se, mudam, claro, os secretários: Telmo Corrêa na Administração Interna, Paulo Simões Ribeiro na Proteção Civil.
Ministério da Educação, Ciência e Inovação
O Ministério junta Educação e Ciência, que antes estavam em dois, com uma Secretaria de Estado cada um, mas para compensar fica com três Secretarias de Estado. Alexandre Homem Cristo, que há muito se falava como garantido no Governo, é o novo secretário de Estado Adjunto e da Educação, ao passo que Pedro Machado da Cunha fica na Educação (curiosidade: tinha sido nomeado diretor-geral da Educação em regime de substituição pelo anterior ministro da Educação, João Costa). Ana Paiva fica com a Ciência.
Ministério das Infraestruturas e Habitação
Hugo Espírito Santo, ex-consultor da McKinsey (que a VISÃO entrevistou há dois anos a propósito de alterações climáticas), é o secretário de Estado das Infraestruturas. Cristina Pinto Dias fica com a Mobilidade e Patrícia Machado Santos com a Habitação.
Ministério da Economia
No Turismo, temos Pedro Machado, ex-presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal e candidato do PSD para a Câmara da Figueira nas últimas autárquicas (tendo perdido para… Santana Lopes). Na Economia, João Gomes Ferreira. A açoriana e ex-jornalista Lídia Bulcão fica com a pasta do Mar.
Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social
Também aqui Montenegro optou por não inventar nada de muito novo: um secretário de Estado do Trabalho (entra Adriano Sousa Moreira), um Adjunto e da Segurança Social (Jorge Campino) e uma da Inclusão, que passa a ser também da Ação Social (Clara Marques Mendes, irmã de Luís Marques Mendes).
Ministério do Ambiente e Energia
O que era um superministério, com quatro secretarias de Estado, passa a ter apenas uma Secretaria de Estado do Ambiente (Emídio Sousa, ex-presidente da Câmara de Santa Maria da Feira) e uma da Energia (Maria João Pereira), que deixa de ter a designação Clima (tal como o ministério, que se chamava do Ambiente e da Ação Climátia). As Secretarias de Estado da Conservação da Natureza e Florestas e da Mobilidade Urbana desaparecem deste ministério (as florestas passam para a Agricultura).
Ministério da Agricultura e Pescas
Uma Secretaria de Estado da Agricultura, encabeçada por João Moura Rodrigues, e uma das Pescas, por Claúdia Aguiar. A pasta das Florestas regressa à Agricultura, depois de ter estado emprestada ao Ambiente, e fica com Rui Miguel Pereira.
Ministério da Cultura
Mais um só de mulheres: Dalila Rodrigues é secundada por Maria de Lourdes Craveiro na Secretaria de Estado da Cultura.