Num dia dedicado ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a Trás-os-Montes, Paulo Raimundo foi instado a comentar o frente a frente entre os líderes do PS e PSD, que se realizou na segunda-feira à noite, e afirmou que o SNS, os seus profissionais e os salários “são os grandes perdedores desse debate”.
No frente a frente com Luís Montenegro, Pedro Nuno Santos disse que, se perder as eleições, não apresentará nem viabilizará moções de rejeição do programa de um Governo liderado pelo PSD, sem se comprometer da mesma forma com um eventual primeiro Orçamento.
Para Paulo Raimundo, este é “um assunto que passa ao lado da vida das pessoas”.
“Aquilo que é fundamental é elegermos deputados que permitam uma correlação de forças na Assembleia da República para mudar o rumo que o país tem seguido”, afirmou o secretário-geral do PCP, que falava em Chaves, onde participou numa ação de rua em defesa do hospital local, onde o serviço de pediatra só funciona das 08:00 às 20:00 e está fechado ao fim de semana.
Paulo Raimundo insistiu que o caminho é “reforçar a CDU”.
“No sentido de dar mais votos, mais deputados para correlação de forças na Assembleia diferente para nós obrigarmos a responder às necessidades do SNS, do aumento dos salários, que é uma coisa estruturante para agora, não é para 2030 ou 2028, é agora que é preciso. Isto é que é decisivo”, sublinhou.
O líder comunista viajou ao passado para lembrar a noite eleitoral de 2015, em que a coligação PSD/CDS-PP ganhou as eleições, mas a CDU “virou o tabuleiro quando disse que o PS só não era governo se não quisesse”.
“Não nos esqueçamos dessa noite eleitoral. O que vai determinar é a correção de forças e o número de deputados da CDU, mais uma vez”, repetiu, considerando que seria uma hipocrisia “admitir que viabilizaria algum programa ou Governo da Aliança Democrática (AD)”.
Durante o debate entre o secretário-geral do PS e o presidente do PSD, as forças de segurança estiveram em protesto e Pedro Nuno Santos avisou que “não se negoceia sob coação”.
“Essas palavras podiam ter sido evitadas se se tivesse resolvido o problema na altura em que era preciso resolver. É preciso é resolver o problema e é possível, neste momento, abrir caminhos para resolver o problema. Aí é que eu acho que devíamos estar todos empenhados”, salientou Paulo Raimundo.
O responsável considerou que há “razões fundas e legítimas” para as forças de segurança reivindicarem e, por isso, considerou que é fundamental responder às suas necessidades, condições de trabalho e o facto de terem ficado de fora do subsídio de risco atribuído à Polícia Judiciária (PJ).
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