João Galamba apresentou, esta segunda-feira, a demissão do governo. Num longo comunicado, o ministro das Infraestruturas anunciou que apresentou o pedido de demissão a António Costa, para garantir “tranquilidade e discrição “para a sua família. “Após profunda reflexão pessoal e familiar, e por considerar que na minha qualidade de pai e de marido esta decisão é a única possível para assegurar à minha família a tranquilidade e discrição a que inequivocamente têm direito”, lê-se na nota.
O governante pede a demissão considerando, porém, que “não estavam esgotadas as condições políticas de que dispunha para o exercício” das suas funções. Destacando o trabalho realizado como secretário de Estado da Energia e ministro das Infraestruturas, afirma ainda que “o trabalho feito, os seus bons resultados e o desempenho” como governante foi desenvolvido “com absoluto respeito pela lei e com total dedicação ao País e aos portugueses”, o que lhe garantia “as condições políticas necessárias para o desempenho de funções governativas”.
O ministro demissionário esclarece que esa decisão “não constitui uma assunção de responsabilidades quanto ao que pertence à esfera da Justiça” e diz estar “totalmente disponível para esclarecer qualquer dúvida que haja a respeito do desempenho” das suas funções governativas, tendo já “manifestado em sede do processo judicial em curso (…) total disponibilidade para colaborar em tudo o que se entenda por necessário”.
Recorde-se que João Galamba foi constituído arguido, na passada terça-feira, 7, na sequência da operação Influencer, que surgiu depois de uma investigação que visou os casos dos negócios do lítio, do hidrogénio e do centro de dados em Sines. Nesse mesmo dia, foram detidos Diogo Lacerda Machado, Vítor Escária (chefe de gabinete de António Costa), Nuno Mascarenhas (presidente da Câmara de Sines) e Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, administradores da empresa Start Campus. Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), também foi constituído arguido.