Os mais de dez mil euros por metro quadrado fazem da Quinta da Marinha um dos condomínios mais exclusivos do País, com o preço das moradias a oscilar entre os três e os 17 milhões de euros. É precisamente no coração desta pequena e luxuosa urbanização de moradias no concelho de Cascais que o Ministério da Defesa detém um imóvel, um antigo Posto de Comando Contrabombardeamento do Norte, construído num terreno com 891 m², do qual nunca recebeu uma renda, apesar de, como confirmou a VISÃO no local, a casa já ter sido alvo de remodelações, incluindo a construção de uma piscina, e de ter servido, de acordo com a disposição interna do mobiliário, como bar de apoio ao campo de golfe.
Vários documentos, a que a VISÃO teve acesso, revelam que, todos os anos, os três ramos das Forças Armadas (Exército, Marinha e Força Aérea) perdem milhões de euros, porque o seu património não é devidamente rentabilizado ao abrigo da Lei de Infraestruturas Militares (LIM). Segundo este diploma, o património imobiliário das Forças Armadas (FA) pode ser colocado no mercado em várias modalidades, sendo que a receita dessas operações deverá ser distribuída equitativamente pelo Exército, pela Marinha e pela Força Aérea e Estado-Maior, para os ramos investirem na qualidade das suas próprias infraestruturas.