Durante dois meses, entre fevereiro e março de 2019, Marco Capitão Ferreira não só assessorou a Direcção Geral de Recursos e Defesa Nacional (DGRDN) no contrato dos helicópteros EH-101, como também trabalhou diretamente para o gabinete do então ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, sem qualquer vínculo, embora o governante tenha escondido esta situação publicamente e, na passada sexta-feira, durante uma audição na Comissão de Defesa da Assembleia da República. Documentos e emails a que a VISÃO teve acesso, assim como testemunhos recolhidos, revelam que o então professor de Direito integrou um grupo que reportava diretamente ao ministro e que, como o próprio Capitão Ferreira descreveu numa comunicação entre os seus elementos, tratava-se de uma “comissioni fantasmi”.
Além de Marco Capitão Ferreira, o grupo integrou ainda Catarina Nunes, adjunta do então ministro da Defesa, Irene Paredes, assessora da DGRDN, e José Miguel Fernandes, antigo presidente da Entidade de Contas e Financiamentos Políticos, indigitado, em junho de 2020, presidente do Arsenal do Alfeite, no mesmo dia em que Marco Capitão Ferreira foi indicado como presidente da “IDD, Portugal Defence”, que sucedeu à Empordef, a cuja comissão liquidatária presidiu.