Economia forte, contas controladas, emprego a crescer. Salários a cair, serviços públicos fragilizados e popularidade do Governo a afundar. O Estado da Nação é paradoxal. António Costa chega ao debate parlamentar desta quinta-feira com bons dados económicos para apresentar, mas com um recorde de demissões no Executivo e famílias pressionadas por preços e juros. Embora os números não gritem “crise”, a sucessão de erros e polémicas do último ano – muitas delas nascidas do desastre TAP – fragiliza a maioria absoluta. Afinal, em que estado está a Nação?
Pode ser uma espécie de Barbie vs. Oppenheimer. Dois filmes que estreiam ao mesmo tempo e no mesmo dia do debate sobre o Estado da Nação. O primeiro pintado a cor-de-rosa e o segundo, bom… sobre o desenvolvimento da bomba atómica. Um pouco como o que têm sido as descrições do primeiro-ministro e da oposição sobre o que parecem ser dois países bem diferentes. Um deles, resiliente, que saiu da pandemia e aguentou o choque da guerra com crescimentos económicos acima da média europeia, emprego a bater recordes, dívida a cair e um PRR finalmente a chegar ao terreno. O outro, com serviços públicos a colapsar, uma crise na habitação, famílias incapazes de pagar as prestações ao banco e as compras de supermercado, governadas por uma maioria absoluta que se está a desfazer. Qual delas é a mais fiel à realidade?