A nota do gabinete do primeiro-ministro chegou cedo às redações, esta sexta-feira, onde António Costa dá conta que já apresentou ao Presidente da República a proposta de exoneração do secretário de Estado da Defesa, Mário Capitão Ferreira, a pedido do próprio. Mas nada mais é dito, para justificar a saída do governante do Executivo, para o qual entrou após as eleições de 2022, que deram a maioria absoluta ao PS.
Esta demissão ocorre no mesmo dia em que Marcos Capitão Ferreira é notícia, no Expresso, por alegadamente ter contratado um “assessor fantasma” quando era presidente da idD Portugal Defence, a holding das indústrias de Defesa, para colaborar num estudo sobre a economia do setor da Defesa. Mas esse trabalho, que veio a ver a luz do dia, não conta com nenhuma colaboração desse assessor, ainda que o seu nome conste no documento.
O coordenador desse estudo denunciou ao Expresso que, apesar de não haver nenhuma linha no estudo que tenha sido da autoria de José Miguel Fernandes, Capitão Ferreira terá pedido que o nome do assessor fosse colocado no leque dos autores, para justificar a sua contratação.
Marco Capitão Ferreira estava ainda na mira do Parlamento por causa de um contrato de dois meses de assessoria, no valor de 50 mil euros, que assinou a 25 de março de 2019 com a Direção-geral de Recursos da Defesa, antes de ser convidado para ir para o Governo. Na última quarta-feira foi inclusive aprovada uma audição ao secretário de Estado para esclarecer o conteúdo deste documento, requerido pelo PSD na comissão parlamentar de Defesa.