O PSD acusou, esta quarta-feira, na comissão parlamentar de inquérito à TAP, o Serviço de Informações e Segurança (SIS) de atuar no interesse do governo. Numa primeira declaração, o deputado social-democrata Paulo Rios de Oliveira começou por dizer que a descrição dos acontecimentos feita por Frederico Pinheiro implica “crimes graves em órgãos de soberania, praticados por agentes políticos”. Paulo Rios acrescentaria não aceitar que “serviços de informações atuem no interesse de governos e de partidos”.
Esta quarta-feira, Frederico Pinheiro, contou que agente do Serviço de Informações e Segurança (SIS) a quem foi ordenada a recuperação do computador de Frederico Pinheiro, ex-adjunto de João Galamba, recusou que a entrega do mesmo fosse feita na presença de uma procuradora-geral adjunta, familiar de Frederico Pinheiro. Foi o próprio ex-adjunto quem revelou este detalhe, esta quarta-feira, na comissão parlamentar de inquérito à TAP.
Frederico Pinheiro afirmou ter-se sentido “ameaçado” pela intervenção da “secreta” no processo, aceitando, porém, ao fim de algum tempo, entregar o computador, isto depois de o agente lhe ter referido, por várias vezes, que o melhor era acabar com o assunto “a bem”, já que estava a ser “pressionado de cima”. “O assunto morre aqui”, ter-lhe-á dito o agente do SIS, tal como relatou a VISÃO detalhadamente em primeira mão há duas semanas.
O ex-adjunto de João Galamba no Ministério das Infraestruturas, declarou pela primeira vez, esta quarta-feira, ter sido “ameaçado pelo SIS” e também ter sido alvo de uma campanha difamatória. O antigo adjunto de João Galamba referiu ter sido alvo de “coação e abuso de poder”, afirmando que, ainda hoje, ainda possuiu o telemóvel de serviço, que também pode conter documentos confidenciais. “O objetivo era recuperação do computador pessoal, onde tinha as notas das reuniões”, declarou Frederico Pinheiro, numa primeira intervenção na Comissão de Inquérito à TAP.