Quase um ano após a corrida à sucessão de Rui Rio no PSD, em que perdeu para o atual líder, Luís Montenegro, Jorge Moreira da Silva encerra, por agora, o percurso político em Portugal e ruma à Organização das Nações Unidas (ONU) para assumir funções dirigentes.
O ex-ministro do Ambiente de Pedro Passos Coelho (entre 2013 e 2015) tinha abandonado, em 2022, o cargo de diretor da Direção de Cooperação para o Desenvolvimento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), em Paris, para poder disputar a presidência social-democrata.
O anúncio foi feito, esta quinta-feira, no site da ONU, onde o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, além de agradecer a Jens Wandel, da Dinamarca, a quem Jorge Moreira da Silva vai suceder, elenca o extenso percurso profissional do português, que vai, assim ser diretor executivo da Agência das Nações Unidas para os Serviços de Projetos (UNOPS).
No comunicado, Guterres salienta o sucesso do processo de reestruturação que Moreira da Silva levou a cabo no departamento que dirigiu na OCDE.
“Estarei, nos próximos anos, totalmente focado nesta missão de liderar, no terreno, a construção e a gestão das infraestruturas essenciais ao desenvolvimento sustentável , à segurança e paz, e ao combate às desigualdades e às alterações climáticas”, assegura Moreira da Silva, que ainda há pouco tempo fizeram um artigo muito crítico contra a posição híbrida de Luís Montenegro face ao Chega, pedindo que o PSD se demarcasse das posições do partido de André Ventura e que deixasse claro que um futuro governo social-democrata não incluiria elementos da extrema-direita.
Nas eleições no PSD, em maio de 2022, Moreira da Silva teve cerca de 30% dos votos, contra os mais de 70% de Montenegro.