Saneamento da dívida histórica (2 100 milhões de euros) adiado para este ano, contratações e aquisições pendentes que põem em risco a gestão e competitividade da CP são temas que “reclamam” de João Galamba pressão, rebeldia e nova diplomacia interna para vencer os sistemáticos atrasos e bloqueios do Ministério das Finanças face às necessidades da empresa.
A saída de Pedro Nuno Santos, para quem a ferrovia era uma obsessão política e causa pessoal, representa perda de peso político, mas a CP confia em ganhos de eficácia com o novo elenco e a escolha de Frederico Francisco para a Secretaria de Estado das Infraestruturas, profundo conhecedor deste universo, ou não tivesse ele, no anterior gabinete, a pasta da coordenação do Plano Ferroviário Nacional. O “braço de ferro” com as Finanças terá, porém, de ser travado por Galamba. Dele se espera refinada persuasão para garantir à CP “alta velocidade” nas decisões do ministério de Fernando Medina, sob pena de a empresa falhar ambições de modernização, eficácia e resposta aos desafios do mercado vertidos no plano estratégico até 2030.