O primeiro-ministro vai apresentar, nesta quinta-feira, 12, ao Conselho de Ministros, um novo “circuito” para verificar percurso de governantes, depois de o Presidente da República ter rejeitado a primeira proposta enviada. O anúncio foi feito por António Costa, durante o debate mensal na Assembleia da República sobre política geral, onde o chefe do Executivo admitiu ter falado com Marcelo Rebelo de Sousa ainda antes do último plenário (debate da moção de censura), onde apresentou esta ideia.
De acordo com António Costa, o Presidente da República “fez as diligências que fez e constatou que não eram viáveis”. Todavia, o primeiro-ministro já teve “oportunidade de apresentar alternativas”.
“É indiscutível que é necessário reforçar o escrutínio, bem como dar confiança à sociedade nas instituições”, continuou Costa, em reação às perguntas do líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, que criticou o timing da discussão, “no meio de uma crise governativa como fuga”, mas mostrou-se disponível para debater soluções para este mecanismo de verificação, cujos contornos não são conhecidos.
Acusado ainda pelo social democrata de uma tentativa de desviar a responsabilidade da ideia para Marcelo, o primeiro-ministro defendeu-se garantindo que assume todas as implicações das suas escolhas e que “os membros do Governo são nomeados pelo Presidente da República, sob proposta do primeiro-ministro”. Insistindo que não quis “beliscar a competência de outros órgãos de soberania”, mas sim travar um “diálogo institucional”.